Au Pair - Entrevista à Ex-Au Pair (e agora Actriz) Lúcia Estevão Lopes



Desta vez, entrevista à nossa Ex-Au Pair e hoje em dia actriz, Lúcia Estevão Lopes!

Introdução... retirada e adaptada da sua página IMDb - Lúcia Estevão Lopes.

Lucia Estevao Lopes nasceu em Portugal. Atriz, diretora e artista de voz, trabalhou na Europa, Brasil e Estados Unidos. O seu trabalho de atuação no cinema e na televisão saltou de sabonetes brasileiros para a Walt Disney Studios. Ela tem feito teatro ao vivo desde muito jovem. Antes de ir para os Estados Unidos, trabalhou e representou em duas companhias de teatro antes de iniciar a sua própria empresa de sucesso como diretora-chefe. Fundadora de uma agência em Portugal três anos antes de ir para os Estados Unidos. Lucia tem perseguido implacavelmente o trabalho, alimentando as suas paixões, como atriz e também como diretora na indústria do entretenimento. Pianista e cantora, continua a expandir o seu desempenho e habilidades de entretenimento define, no palco, no cinema e na televisão. Neste momento, reside na área de Los Angeles.


Considera que o programa AuPair da Multiway foi um abrir de portas para a vida que tem agora? 
Sim. Na altura era a melhor forma de vir para os USA sem um tostão. E teria como garantia casa, comida e um dinheiro extra.

Como é que foi essa experiência?
Eu em Portugal já dava aulas de expressão dramática nas escolas primárias. Trabalhar com crianças nunca foi um problema para mim. Faz-me feliz estar rodeada de crianças. Foram bastante interessantes os meus 8 meses de Aupair. Aprendi muito sobre a cultura americana e foi uma forma de ter estabilidade para o passo seguinte.

Foi o facto de ter sido AuPair que a fez emigrar? 
Já tinha emigrado para o Brasil. Portugal já não era onde queria estar. Estava mesmo só à espera de terminar o meu curso para ir embora. Na altura tive propostas de trabalho para dar aulas na Indonésia e no Japão. Mas sentia que o meu rumo era os USA.

O processo de emigração provocou-lhe algum tipo de medo?
O visto de Aupair é um bilhete dourado. O visto fica no teu passaporte e podes sair e entrar nos Estados Unidos sem problema nenhum.
Mas isso é apenas no primeiro ano. Depois disso, não existem garantias nenhumas de que possas voltar.


Como é que é levado a cabo o processo burocrático a que uma pessoa é sujeita, caso queira viver nos E.U.A.?
Não é um país fácil para se ser imigrante. Eu comecei com o visto J1, depois F1 e agora 01B. Só o visto F1 custou-me 30.000$. O mesmo que tive que que pagar de college. O 01B custou-me 4.000$.
Agora posso trabalhar, mas apenas como atriz. Este último visto levou-me 14 meses a colecionar evidências para a minha advogada aplicar.
Um dia ela disse-me que precisava de um prémio. Fiquei de rastos, mas pensei, “vou mesmo ter que conseguir esse prémio”. No dia seguinte fui a um casting, escolheram-me e fui nomeada para o prémio de melhor atriz pelo Kennedy Center.
Desgastante e quase impossível, mas temos de ser persistentes e tentar. Não temos nada a perder.

Quais são as maiores diferenças entre o mundo da representação americano e português?
Aqui, existem sindicatos fortes que nos protegem. É encarado como uma profissão a sério. Cada trabalho que consigo é arquivado para a minha advogada. Os pagamentos são a tempo e horas e dá para ir levando uma vida estável, uns meses melhores que outros.
Em Portugal, pouco ou nada funciona, será sempre o país das cunhas. Nos USA, só tenho que pagar taxas quando recebo mais de 10.000$. Em Portugal, qualquer recibo que assine tenho que pagar 159 euros à Segurança Social. Sinto que aqui são positivos, generosos e gratos pela minha presença.

Nos E.U.A., este é um mundo bastante competitivo. Como é que conseguiu entrar nele?
É muito competitivo para os americanos. Para nós que somos diferentes, que representamos a massa dos imigrantes, temos, às vezes, maiores oportunidades.
Repare bem, eu vou a castings semanalmente e nunca fiz um casting para portuguesa, nem nunca vi uma portuguesa na fila dos castings que vou. Normalmente faço castings para ser árabe, mexicana, brasileira, russa, ucraniana, italiana, chilena e por aí adiante.

Pretende, algum dia, voltar a Portugal?
Não. Não quero dizer nunca, porque nunca sabemos o dia de amanhã. Mas quero voltar de férias, visitar a família e os amigos. Já la vão 6 anos nos USA, já faz parte de mim.
Aqui sou mesmo feliz.




Esta entrevista foi publicada no blog da Gap Year Portugal.
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